O cão-guia é responsável por auxiliar um deficiente visual a se locomover e, pelo fato de estar a trabalho, é aceito em locais públicos e que geralmente os cães são proibidos. Por terem que conduzir as pessoas, eles possuem muita responsabilidade e são treinados rigorosamente. Conheça algumas regras ensinadas aos cães-guia:
- Ficar firme, sempre à esquerda ou um pouco à frente do seu tutor;
- Mover-se somente quando receber alguma ordem;
- Ajudar o tutor com os obstáculos do transporte público;
- Ignorar distrações, como pessoas, outros animais, cheiros, etc.;
- Sempre que seu tutor estiver sentado ele deve deitar-se silenciosamente;
- Guiar o tutor para longe de caminhos perigosos;
- Em casos de escadas pelo caminho, sempre parar em topo ou pé da escadaria até que receba uma ordem;
- Levar seu acompanhante até os botões dos elevadores;
Além de todas as regras citadas, uma outra faz toda a diferença no treinamento, a desobediência seletiva, o que garante que ele nunca deve obedecer qualquer comando que possa colocar seu acompanhante em perigo.
Treinamento e principais raças de cães-guia
Inteligência, saúde e boa memória são algumas das qualidades necessárias em um cão-guia.
O cão que auxilia pessoas com deficiências visuais é treinado em escolas especiais para cães-guia. Geralmente, as instituições responsáveis por eles oferecem o serviço de seus trabalhadores de quatro patas sem nenhum custo ao acompanhante, pois costumam operar sem fins lucrativos. Entre as principais funções dessas escolas estão:
- Criar filhotes para que se tornem cães-guia;
- Treinar os cães-guia;
- Treinar novos instrutores;
- Analisar a combinação entre cada cão-guia e seu acompanhante;
- Treinar os novos acompanhantes;
- Avaliar e decidir quando o cão-guia deve ser aposentado;
- E buscar lares para cães-guias aposentados.
As raças mais comuns de cães-guia são Labrador, Golden Retriever e Pastor Alemão. As principais características das mesmas incluem força, inteligência, afabilidade e adaptabilidade, o que as torna ideais para o trabalho.
Apesar de o cão-guia ser resultado de um cruzamento entre cachorros que já possuem habilidades especiais para o trabalho, pode ocorrer de alguns filhotes não serem ideais para a função. Nesses casos, os peludos rejeitados para o serviço, costumam ter sua inteligência e doçura aproveitadas de outras formas – fazendo companhia a pessoas com enfermidades, cadeirantes, etc. – ou vendidos como pets.
Os instrutores de cães-guia procuram qualidades essenciais em seus alunos, como fácil aprendizado, concentração, boa memória, inteligência e saúde excelente. Em contrapartida, excluem candidatos que apresentam problemas de socialização com outros animais e tendência à agressividade.
O treinamento de um cão-guia é bastante rigoroso, árduo e gradativo, durando cerca de 2 anos. Assim como muitos adestramentos, esse processo utiliza a recompensa para atitudes certas e a punição para atitudes incorretas. Entretanto, as recompensas dadas ao cão-guia nunca são comestíveis, pois o animal não pode perder o foco com qualquer guloseima durante seu trabalho.
O início da relação de um cão-guia com seu acompanhante
O deficiente visual e seu futuro cão-guia devem ser compatíveis e passam por um período inicial de adaptação.
Ao final do treinamento, cerca de 25% dos cães – dependendo da instituição responsável pelo treinamento dos mesmos – são reprovados. Em seguida, os graduados chegam ao estágio final do processo: são apresentados aos seus novos acompanhantes.
As escolas que treinam cães-guia, trabalham para unir cachorros e acompanhantes compatíveis: um peludo mais agitado costuma auxiliar pessoas mais jovens, por exemplo. A introdução dessa união costuma durar um período de aproximadamente 1 mês, pois o acompanhante também deve ser treinado, principalmente se nunca esteve em contato com um cão-guia. O treinador do filhote sempre deve estar presente no início dessa relação.